sexta-feira, 2 de junho de 2023

A JUREMA SAGRADA: ciência da terra, da magia e da fumaça



 As Terras Sagradas do SÍTIO DO ACAIS e a Jurema de Mestre.

A Jurema Sagrada se caracteriza pelo sincretismo com outras culturas, devido ao processo de colonização do território brasileiro, especialmente na Paraíba. A jurema de Mestre, nasce na terra do Acais, localizadas em Alhandra, cidade paraibana. trazendo em seus fundamentos o sincretismo com as práticas católicas e africanas. Por isso, podemos perceber em seu culto dessas culturas, seja nos seus objetos sagrados ou nos cânticos que fazem parte de sua ritualística. Dessa forma, o Sítio de Acais  torna-se referência de espaço sagrado para Jurema

Essas terras foram tombadas pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba (IPHAEP), em 2009, e representam não só a luta pela preservação dos espaços sagrados, mas também um símbolo de resistência e luta pelo direito a liberdade enquanto culto religião.

TAMBABA: a encantaria da Jurema.

praia se localiza na Área de Proteção Ambiental (APA) de Tambaba, no município do Conde, litoral sul da Paraíba. Dentro da tradição juremeira, através de diversas narrativas orais, a praia é tida como um portal de acesso a variados planos astrais, relacionados ao culto da Jurema. Dessa forma, Tambaba é considerada com área da encantaria da Jurema.  

Segundo os antigos, quando as águas batem forte nas pedras, fazendo um estrondo, significa que um mestre juremeiro morreu e foi recolhido,  ou se encantou, como dizem os mais velhos da religião.

Nas pedras encantadas da praia, ainda se realizam cultos para os encantados, remontando práticas realizadas pelos indígenas e juremeiros antigos. Atualmente, existe um trabalho de revitalização dessas práticas e conservação da praia como um lugar sagrado para o culto da Jurema Santa e Sagrada.

Ponto de Jurema (assim são denominadas as cantigas para louvar chamar e se despedir do orixá e as linhas de entidades.)

Íô, juremeiro, ô, juremá. As folhas caíram serena, ô, Jurema, aqui nesse congá. Salve São Jorge guerreiro. Salve São Sebastião. Salve meu pai Oxalá, que me deu a proteção, ô Jurema. Ó. 

Fonte de Pesquisa: 

Pai Beto de Xangô Guardião da Jurema Sagrada

(83) 98630-6292


Atividades


segunda-feira, 29 de maio de 2023

 


A INTOLERÂNCIA NA SOCIEDADE ATUAL


 

(Mariana Garcia)

A intolerância seja de qualquer espécie - raça, religião, opção sexual, política ou cor - fere a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Por isso, todo tipo de preconceito deve ser combatido para, no futuro, haver uma sociedade mais igualitária e livre.

Há intolerância no mundo todo, contudo o Brasil merece certo destaque nesse contexto, pois é um país plural, com diversas crenças, raças e etnias que mantém tratamento degradante a tantos grupos. No caso do preconceito racial, este está vinculado à submissão do negro ao branco desde a epóca do Brasil Colônia e perdura até os dias atuais, visto que os negros ainda buscam seu lugar na sociedade. Esta intolerância prejudica a todos, pois provoca atraso no desenvolvimento do país na medida em que esses indivíduos são humilhados e excluídos com frequência.

Além disso, as religiões Candomblé e Umbanda, trazidas pelos africanos escravizados ao Brasil, também são motivo de intolerância. Isso ocorre, pois seus praticantes são tratados, pejorativamente, como "macumbeiros" e sofrem constantes agressões físicas e morais por parte de outras crenças que impõem sua religião como a única e verdadeira salvadora da humanidade. Tal fato impede a liberdade de manifestação prevista em lei.

Para combater a intolerância, a comunidade, através de aulas, palestras e campanhas, deve passar valores de igualdade entre todos, porém respeitando as características e opções de cada indivíduo, sem haver discriminação. Ainda, os preconceituosos ou intolerantes devem ser punidos com leis mais severas. Com essas ações, a intolerância poderá ser erradicada e os países poderão se tornar melhores e mais desenvolvidos.

 

 

 


Relançamento da obra: Ensino Religioso: Esperanças e Desafios


Esta obra decorre do compromisso da autora em compartilhar com os seus pares a produção acadêmica resultante da pesquisa realizada durante o curso de Mestrado em Ciências das Religiões no ano de 2010.
As reflexões são pertinentes, atuais e provocativas, construídas a partir de uma ´postura ética que concebe a educação para a emancipação e humanização de crianças jovens e adultos.



terça-feira, 7 de setembro de 2021

Normal É Ser Diferente - Grandes Pequeninos



ALTERIDADE – (Frei Betto)

O que é alteridade? 

    É ser capaz de apreender o outro na plenitude da sua dignidade, dos seus direitos e, sobretudo, da sua diferença. Quanto menos alteridade existe nas relações pessoais e sociais, mais conflitos ocorrem.
    A nossa tendência é colonizar o outro, ou partir do princípio de que eu sei e ensino para ele. Ele não sabe. Eu sei melhor e sei mais do que ele. Toda a estrutura do ensino no Brasil, criticada pelo professor Paulo Freire, é fundada nessa concepção. O professor ensina e o aluno aprende. 
   É evidente que nós sabemos algumas coisas e, aqueles que não foram à escola, sabem outras tantas, e graças a essa complementação vivemos em sociedade. Como disse um operário num curso de educação popular: "Sei que, como todo mundo, não sei muitas coisas".
  Numa sociedade como a brasileira em que o apartheid é tão arraigado, predomina a concepção de que aqueles que fazem serviço braçal não sabem. No entanto, nós que fomos formados como anjos barrocos da Bahia e de Minas, que só têm cabeça e não têm corpo, não sabemos o que fazer das mãos.        Passamos anos na escola, saímos com Ph.D., porém não sabemos cozinhar, costurar, trocar uma tomada ou um interruptor, identificar o defeito do automóvel... e nos consideramos eruditos. E o que é pior, não temos equilíbrio emocional para lidar com as relações de alteridade.
    Daí por que, agora, substituíram o Q.I. para o Q.E., o Quociente Intelectual para o Quociente Emocional. Por quê? Porque as empresas estão constatando que há, entre seus altos funcionários, uns meninões infantilizados, que não conseguem lidar com o conflito, discutir com o colega de trabalho, receber uma advertência do chefe e, muito menos, fazer uma crítica ao chefe.
   Bem, nem precisamos falar de empresa. Basta conferir na relação entre casais. Haja reações infantis... Quem dera fosse levada à prática a idéia de, pelo menos a cada três meses, um setor da empresa fazer uma avaliação, dentro da metodologia de crítica e autocrítica. E que ninguém ficasse isento dessa avaliação. Como Jesus um dia fez, ao reunir um grupo dos doze e perguntar: "O que o povo pensa de mim?" E depois acrescentou: "E o que vocês pensam de mim?"
  Quem, na cultura ocidental, melhor enfatizou a radical dignidade de cada ser humano, inclusive a sacralidade, foi Jesus. O sujeito pode ser paralítico, cego, imbecil, inútil, pecador, mas ele é templo vivo de Deus, é imagem e semelhança de Deus. Isso é uma herança da tradição hebraica. 
   Todo ser humano, dentro da perspectiva judaica ou cristã, é dotado de dignidade pelo simples fato de ser vivo. Não só o ser humano, todo o Universo. Paulo, na Epístola aos Romanos, assinala: "Toda a Criação geme em dores de parto por sua redenção".
   Dentro desse quadro, o desafio que se coloca para nós é como transformar essas cinco instituições pilares da sociedade em que vivemos: família, escola, Estado (o espaço do poder público, da administração pública), Igreja (os espaços religiosos) e trabalho. 
  Como torná-los comunidades de resgate da cidadania e de exercício da alteridade democrática? O desafio é transformar essas instituições naquilo que elas deveriam ser sempre: comunidades. E comunidades de alteridade. 
    Aqui entra a perspectiva da generosidade. Só existe generosidade na medida em que percebo o outro como outro e a diferença do outro em relação a mim. Então sou capaz de entrar em relação com ele pela única via possível 
    – porque, se tirar essa via, caio no colonialismo, vou querer ser como ele ou que ele seja como sou 
    - a via do amor, se quisermos usar uma expressão evangélica; 
  - a via do respeito, se quisermos usar uma expressão ética; 
 - a via do reconhecimento dos seus direitos, se quisermos usar uma expressão jurídica; 
    - a via do resgate do realce da sua dignidade como ser humano, se quisermos usar uma expressão moral. 

  'Ou seja, isso supõe a via mais curta da comunicação humana, que é o diálogo e a capacidade de entender o outro a partir da sua experiência de vida e da sua interioridade.

Frei Betto é escritor, autor de "Alfabetto - autobiografia escolar" (Ática), entre outros livros.

Em sala de aula com estudantes do 8º e 9º anos

Atividades para melhor compreensão:

1 Ler e debater com as turmas.

2 Pesquisar no dicionário e/ou internet palavras do texto que não sabem o significado .

3 Responder: 
a) Qual o significado de Alteridade?
b) Você conhece pessoas que praticam a alteridade?
c) E você pratica  alteridade?
d) quais as personalidades da história que praticam a  Alteridade?

4 Vamos praticar a alteridade! Entrem nos links e 
assistam esses pequenos vídeos.

https://www.youtube.com/watch?v=0GhVn4BtSmg&ab_channel=ProfessorJo%C3%A3oRoberto

https://www.youtube.com/watch?v=m0Ra4ZvtD9s&ab_channel=IssoN%C3%A3oCainaProva

https://www.youtube.com/watch?v=bIXiPC_e-mI&ab_channel=BrasilEscola

https://www.youtube.com/watch?v=pqzZ_9BsvAc&ab_channel=ProfessoraMarcileneAlencar

Textos Diversos