quarta-feira, 31 de julho de 2013

DISCUSSÕES SOBRE O ENSINO RELIGIOSO

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Maria José Torres Holmes

O Ensino Religioso hoje passa por uma fase de readaptação procurando novos caminhos que facilitem a sua adequabilidade e integração para projetar-se no cenário educacional brasileiro, fazendo parte do sistema de ensino como um todo.
Para compreender o Ensino Religioso na escola brasileira é necessário conhecer um pouco da sua trajetória, desde os primórdios da era colonial até os dias atuais. Podemos situá-lo em três modalidades ao longo da história: A primeira modalidade é a colonial regalista que se confunde com o período colonial e o Império. Sob o regime do padroado e do regalismo, a religião católica mantinha privilégios junto à coroa e o monopólio do ensino. Neste contexto, o ensino, se constituiu em ensino humanista-católico dando a entender que era um ensino da religião a serviço da Igreja Católica como evangelização e cristianização.
A segunda modalidade é a liberal que passou pelo período republicano, o qual era mantido na escola numa perspectiva liberal, o que resultou que a freqüência a ele passou a ser opcional para o aluno. Apesar dessas diferenças essas modalidades têm um ponto comum, esse ensino sempre foi confessional, uma vez que era feita pelos pais, a opção de acordo com a confissão religiosa da família.
A terceira é modalidade é o momento atual que se apresenta com outro ponto em destaque detalhado pelas leis que abordam sobre este componente curricular. Vejam:
·        A Constituição Federal que aponta no artigo 210 a sua inclusão nas escolas públicas brasileiras.
·        A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) 9394/96 com a substituição do artigo 33, que gerou a Lei 9475/97, (Lei do Ensino Religioso).
·        A Lei Orgânica do Município de João Pessoa e a Resolução CEB nº. 02 de 07 de abril de 1998.
·    A Resolução CEB nº. 02 de 7 de abril de 1998 que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental, a serem observadas na organização curricular das unidades escolares integrantes dos diversos sistemas de ensino, que inclui o ER nas salas de aula.

   Percebemos então que já demos grandes saltos para nos distanciarmos do Ensino da Religião. Entretanto os debates polêmicos ainda continuam na sociedade em geral, sobretudo nos meios acadêmicos e intelectuais.
A formação integral do cidadão constitui a meta principal da Educação. A formação do ser humano não depende só da escola, mas de outras instituições, tais como: Família, Religião e Estado entre outros. Por outro lado, é papel da escola, dar continuidade a esta formação. Entretanto, tais instituições no que diz respeito aos seus princípios precisam caminhar em sintonia para completar a formação deste cidadão que queremos formar, para que haja o reconhecimento do outro, enquanto ser humano, e que esse espaço das relações humanas fique distante da exclusão.
A escola tenta contribuir para esta formação possibilitando aos educadores a compreensão de que o espaço de sala de aula é um lugar onde existem conflitos e diferenças e o seu papel principal é estar aberta ao diálogo, e ao respeito. É através destes que os problemas muitas vezes são resolvidos.
O Ensino Religioso por ser incluído na área do conhecimento propicia ao educando se tornar sujeito da sua própria construção do conhecimento, sujeito da história e da sociedade em que vive.
Os educadores por sua vez têm a missão de dialogar, acolher, corrigir e orientar a turma através de uma educação libertadora que inclua todos, tais como: educandos, pais, funcionários, das escolas. Enfim toda comunidade escolar envolvida no processo de uma formação cidadã, que respeita as diferenças, que educa para viver e conviver com o outro.
O aprendizado deste componente curricular possibilita ao educando descobrir a vivência de uma vida cidadã cuja construção do conhecimento propicie à descoberta do verdadeiro sentido da vida.
Conforme os depoimentos citados no vídeo,  percebe-se que a falta de conhecimento das pessoas ainda contribui para o distanciamento de sua proposta da escola, visto que esse desconhecimento facilita para aumentar o preconceito, cada vez mais em relação a este componente curricular tão discriminado por uma parcela da sociedade.  

sábado, 20 de julho de 2013

TRABALHANDO COM DINÂMICA 2


 
Sapato apertado (site: O Mundo Jovem)

Dinâmica para conversar sobre colocar-se no lugar do/a outro/a
Objetivo: compreender as nossas diferenças; coloca-se no lugar do outro.
Formar um círculo; tirar os sapatos; trocar o sapato do pé direito com o colega do lado.
Calçar os sapatos trocados, olhar para os pés calçados, andar pela sala, ocupar todos os espaços da sala andando no ritmo da música (mais lenta, mais rápida, correndo...).
Retomar o lugar inicial, sentar e destrocar os sapatos.
Fazer com o grupo a descrição da dinâmica passo a passo.

Conversar com o grupo sobre os sentimentos provocados, relacionando-os com o passo a passo da dinâmica (ficar descalço, trocar os sapatos, calçar o sapato do outro, olhar para os pés, andar e correr com o sapato do outro...)
- O que nos provocou estranhamento? Por quê?
- O que significou andar com o sapato do outro? Foi fácil/difícil?
- Como podemos relacionar isso com a nossa vida; com a dificuldade de colocar-se no lugar do outro; com nossas exigências e nossos preconceitos?
- Se todos somos diferentes, por que temos tanta dificuldade de conviver com diferenças?



ALTERIDADE – (Frei Betto)

O que é alteridade? 

É ser capaz de apreender o outro na plenitude da sua dignidade, dos seus direitos e, sobretudo, da sua diferença. Quanto menos alteridade existe nas relações pessoais e sociais, mais conflitos ocorrem.
A nossa tendência é colonizar o outro, ou partir do princípio de que eu sei e ensino para ele. Ele não sabe. Eu sei melhor e sei mais do que ele. Toda a estrutura do ensino no Brasil, criticada pelo professor Paulo Freire, é fundada nessa concepção. O professor ensina e o aluno aprende. É evidente que nós sabemos algumas coisas e, aqueles que não foram à escola, sabem outras tantas, e graças a essa complementação vivemos em sociedade. Como disse um operário num curso de educação popular: "Sei que, como todo mundo, não sei muitas coisas".
Numa sociedade como a brasileira em que o apartheid é tão arraigado, predomina a concepção de que aqueles que fazem serviço braçal não sabem. No entanto, nós que fomos formados como anjos barrocos da Bahia e de Minas, que só têm cabeça e não têm corpo, não sabemos o que fazer das mãos. Passamos anos na escola, saímos com Ph.D., porém não sabemos cozinhar, costurar, trocar uma tomada ou um interruptor, identificar o defeito do automóvel... e nos consideramos eruditos. E o que é pior, não temos equilíbrio emocional para lidar com as relações de alteridade.
Daí por que, agora, substituíram o Q.I. para o Q.E., o Quociente Intelectual para o Quociente Emocional. Por quê? Porque as empresas estão constatando que há, entre seus altos funcionários, uns meninões infantilizados, que não conseguem lidar com o conflito, discutir com o colega de trabalho, receber uma advertência do chefe e, muito menos, fazer uma crítica ao chefe.
Bem, nem precisamos falar de empresa. Basta conferir na relação entre casais. Haja reações infantis...
Quem dera fosse levada à prática a idéia de, pelo menos a cada três meses, um setor da empresa fazer uma avaliação, dentro da metodologia de crítica e autocrítica. E que ninguém ficasse isento dessa avaliação. Como Jesus um dia fez, ao reunir um grupo dos doze e perguntar: "O que o povo pensa de mim?" E depois acrescentou: "E o que vocês pensam de mim?"
Quem, na cultura ocidental, melhor enfatizou a radical dignidade de cada ser humano, inclusive a sacralidade, foi Jesus. O sujeito pode ser paralítico, cego, imbecil, inútil, pecador, mas ele é templo vivo de Deus, é imagem e semelhança de Deus. Isso é uma herança da tradição hebraica. Todo ser humano, dentro da perspectiva judaica ou cristã, é dotado de dignidade pelo simples fato de ser vivo. Não só o ser humano, todo o Universo. Paulo, na Epístola aos Romanos, assinala: "Toda a Criação geme em dores de parto por sua redenção".
Dentro desse quadro, o desafio que se coloca para nós é como transformar essas cinco instituições pilares da sociedade em que vivemos: família, escola, Estado (o espaço do poder público, da administração pública), Igreja (os espaços religiosos) e trabalho. Como torná-los comunidades de resgate da cidadania e de exercício da alteridade democrática? O desafio é transformar essas instituições naquilo que elas deveriam ser sempre: comunidades. E comunidades de alteridade.
Aqui entra a perspectiva da generosidade. Só existe generosidade na medida em que percebo o outro como outro e a diferença do outro em relação a mim. Então sou capaz de entrar em relação com ele pela única via possível – porque, se tirar essa via, caio no colonialismo, vou querer ser como ele ou que ele seja como sou - a via do amor, se quisermos usar uma expressão evangélica; a via do respeito, se quisermos usar uma expressão ética; a via do reconhecimento dos seus direitos, se quisermos usar uma expressão jurídica; a via do resgate do realce da sua dignidade como ser humano, se quisermos usar uma expressão moral. Ou seja, isso supõe a via mais curta da comunicação humana, que é o diálogo e a capacidade de entender o outro a partir da sua experiência de vida e da sua interioridade.

Frei Betto é escritor, autor de "Alfabetto - autobiografia escolar" (Ática), entre outros livros.


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TRABALHANDO COM DINÂMICAS






DINÂMICA: O BONECO- Dividir os participantes em seis subgrupos. Cada um ficará responsável por uma parte do boneco: cabeça, tronco, braços, mãos, pernas e pés. Cada grupo desenhará uma parte do corpo e terá duas perguntas para responder. As respostas devem ser registradas nos cartazes juntamente com o desenho. Para que os grupos tenham uma visão geral da dinâmica, é importante que se leiam todas as perguntas antes de iniciar o trabalho.

·         A)-Cabeça -  Qual a realidade ambiental que vemos? O que escutamos da sociedade sobre a preservação da biodiversidade?
·         B) Tronco –  O que sentimos sobre a degradação ambiental? O que sentimos sobre o papel do estudante na preservação da biodiversidade?
·         Braços-  Até onde podemos alcançar com nossa ação? Com quem (pessoas,
entidades etc.) podemos andar de braços dados na preservação da biodiversidade?
·         Mãos – Quais os compromissos que podemos firmar enquanto grupo na preservação da biodiversidade? Quais as ferramentas que temos disponíveis na escola para divulgar nossas idéias?
·         Pernas Grupo  -  Que caminhos queremos tomar no desenvolvimento de ações de  preservação da biodiversidade? Qual o suporte (pessoas, materiais, finanças etc.) que temos para desenvolver uma ação?:
·         Pés Grupo - Que ações podemos realizar envolvendo nossa escola na preservação da biodiversidade? Que resultado desejamos com nossa ação?

 Dinâmica extraída do Site do Mundo Jovem.

VÍDEO SOBRE O MEIO AMBIENTE



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