(Maria José T. Holmes)
As
mudanças no Ensino Religioso nos leva a refletir quanto ao seu rumo nas
escolas, por se tratar de uma nova dimensão, uma nova era. É preciso que haja
entrosamento entre educadores e educandos, por se tratar de uma nova postura,
uma nova identidade, frente à diversidade cultural religiosa brasileira.
Freire
(2006 p. 41-42) assegura quanto: “A questão da identidade cultural, de que
fazem parte a dimensão individual e a de classe dos educandos cujo respeito é
absolutamente fundamental na prática educativa progressista, é problema que não
pode ser desprezado”. Isto significa que os educadores precisam estar atentos,
numa abertura dialógica de inclusão. Esse autor afirma ainda, (Ibidem, p. 65).
“A prática docente especificamente humana é profundamente formadora, por isso
ética”.
A escola pela sua
função social deve ser o lugar em que todos os educandos devem ter as mesmas
oportunidades de aprendizagem respeitando suas diferenças, sejam: social,
cultural e religiosa. De um modo geral tem suas dificuldades de trabalhar com
essa diversidade. Quando
se fala de diversidade religiosa é necessário pensar no respeito às diferenças,
no diálogo com o outro e na tolerância, ou seja: Um princípio de alteridade.
É importante destacar
que por esse Brasil afora, observa-se que a intolerância religiosa continua
tendo espaço na sociedade. Encontra-se bem junto de nós, por isso jamais cruzar
os braços. Em pleno século XXI fatos deprimentes acontecem contra a diversidade
de religiões, o que não dá mais para suportar tamanha falta de respeito pelas diferenças.
De acordo com os
PCNER (2002, p. 30-31) um dos objetivos do Ensino Religioso é: “Proporcionar o conhecimento dos elementos
básicos que compõem o fenômeno religioso[1], a
partir das experiências religiosas percebidas no contexto do educando.” Esse é um ponto de destaque para este
componente curricular, pelo qual o educador deve propor esse conhecimento em
sua sala de aula. Atualmente o respeito à diversidade constitui-se como um
fator de desenvolvimento pessoal e social, bem como um caminho para a
sustentabilidade ambiental do Planeta. Nessa diversidade inclui-se o ser humano
como um ser que interage com esse meio e que precisa ser respeitado pelas suas
diferenças, enquanto um ser racial, social, cultural e religioso.
Vale destacar um trecho da Cartilha Diversidade Religiosa
e Direitos Humanos (p. 23). “Existem muitos povos, de muitas
raças, falando várias línguas. Mas, para eles, só existe um sol, uma lua e uma
mãe terra. Somos parte um do outro, pela vontade do Grande Espírito”. (Cosmovisão indígena).
A riqueza da
diversidade é um desafio para os estudiosos das religiões, pela complexidade
existente entre as religiões. Compreender
o significado de todo esse mistério que está atrelado à natureza, a qual faz
parte do conhecimento humano que é finito, desperta nos estudiosos um interesse
em se aprofundar para descobrir algo mais dessa dimensão infinita.
Nesta
reflexão, percebemos que nessa diversidade apesar das diferenças todos somos
iguais, porque somos seres pensantes, temos os mesmos direitos e deveres
enquanto cidadãos. Por isso em função da organização, dessa nova área do
conhecimento e do sentido epistemológico que ela assume, é que se faz
necessário o ER[2] nas
escolas, porém com educadores que se disponham a um trabalho interdisciplinar,
imprescindível nesta área de conhecimento.
É
importante que estes (as) percebam o seu novo papel, e as escolas procurem
assegurar este espaço em seu âmbito escolar, por ser um lugar propício para
refletir sobre a diversidade cultural religiosa, destacando no seu Projeto
Político Pedagógico (PPP), esse referencial curricular. Preocupar-se como se dá o
desenvolvimento dos seus conteúdos e ao mesmo tempo, refletindo sobre suas
temáticas abordadas em sala de aula, com entendimento de que tal conhecimento,
só tem a contribuir com o processo educativo e a formação cidadã.
[1] O fenômeno religioso pode ser
explicado pela existência de um núcleo em que se realizam experiências,
vivências, acontecimentos, busca de um sentido, de significado último, que
atingem a vida em sua globalidade, em sua r
adicalidade, com intensidade. É que para
muitos se denomina experiência originária, isto é, tão profunda que chega em
nível do mistério, escapa do conhecimento racional, está para além das
especulações e das justificativas racionais. FONAPER (2000, p. 32) Caderno nº3.
Precisa de duas horas aulas para se executar os projetos Dr ensino religioso. Temos que cobrar das autoridades esse aumento e a diminuição das turmas por aula .Sofremos sem ter tempo e melhor acompanhamento dos alunos.
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