A educação
de forma participativa envolve o ser humano num mundo de conhecimento, possibilitando
aprender com as experiências de vida diária, em que permitem as pessoas a se
questionarem, encontrarem respostas e ao mesmo tempo aprenderem com as
situações concretas do seu cotidiano.
Os
estudantes da Educação de jovens e Adultos, ao se entrosarem com o estudo sobre
o Ensino Religioso vão aprofundar esses conhecimentos no seu dia a dia no espaço
escolar, a partir dessas vivências é que vão compreender todo o processo de
alteridade.
De acordo
com o Caderno Temático do FONAPER (nº. 1, p. 22), “O objetivo é apresentar o Transcendente, tal como é concebido nas mais
variadas culturas e tradições religiosas”. Portanto, não podem ficar
excluídos desse processo de aprendizagem, já que o Ensino Religioso faz parte
da formação básica do cidadão.
O acesso ao
conhecimento possibilita ao surgimento de uma nova sociedade. Portanto é
importante conhecer as diversas concepções de mundo, presentes nas diferentes
tradições religiosas, envolvendo os aspectos sociais, políticos, econômicos e
ambientais de determinadas culturas.
Compreender
a origem dos textos, ritos e símbolos sagrados na história das tradições
religiosas possibilita por meio da informação, reflexão e vivência de valores
morais, éticos e religiosos, o diálogo inter-religioso e, consequentemente, a
superação de preconceitos, às pessoas. Assim, o Ensino Religioso, sem nenhum propósito doutrinante de uma determinada visão religiosa, se concretizará de maneira respeitosa e reverente para com o domínio de cada culto e de cada
doutrina. Deve incentivar e desencadear nos educandos um processo de conhecimento e vivência de sua
própria religião, mas também um interesse por outras formas de conhecimento religioso.
Portanto, esse componente curricular não poderá ficar de fora da Educação de Jovens e Adultos, já que se dará como um processo inclusivo no campo educacional brasileiro.
Segundo o
Preâmbulo do Marco de Ação de Belém, ítem 7, p.6, 2010,"O papel da aprendizagem ao longo da vida é fundamental para resolver questões globais e desafios
educacionais. Aprendizagem ao longo da vida, “do berço ao túmulo”, é uma
filosofia, um marco conceitual e um princípio organizador de todas as formas de
educação, baseadas em valores inclusivos, emancipatórios, humanistas e
democráticos.(VI CONFITEA)
Sendo a religião
um fenômeno humano abrangente, que está entranhado em todas as áreas da
cultura, suas diversas facetas permitem perfeitamente a interdisciplinaridade
no seu tratamento. Assim, ao mesmo
tempo que o Ensino Religioso serve para ampliar o universo cultural do
educando, também se torna muito mais consistente, enraizando-se nas múltiplas
áreas do conhecimento, possibilitando à todos os educandos, desde a Educação
Infantil, Ensino Fundamental à Educação de Jovens e Adultos.
Na EJA o conhecimento das diversas concepções de
mundo, presentes nas diferentes tradições religiosas, vem facilitar a
compreensão dos aspectos sociais, políticos, econômicos e ambientais das
diversas culturas. O Preâmbulo do Marco de Ação de Belém, (ítem 5,
p.17, 2010), afirma: "Aprendizagem e educação de adultos, são uma resposta
vital e necessária aos desafios com os quais somos confrontados. [...]A
aprendizagem e educação de adultos não apenas oferecem competências
específicas, mas são também um fator essencial na ele vação da autoconfiança,
da autoestima e de um sólido sentimento de identidade e de apoio mútuo". (VI
CONFITEA).
Gadotti, ao se reportar à “Pedagogia
da Terra” destaca os grandes educadores tais como: Paulo Freire, Leonardo Boff,
Sebastião Salgado, Boaventura de Sousa Santos, Milton Santos, Edgar Morin,
responsáveis por uma educação com propostas de saberes/valores interdependentes. Entre estes elencamos um
que é: "Educar os sentimentos.O
ser humano é o único ser vivente que se
pergunta sobre o sentido da vida. Educar para sentir ter sentido, para
cuidar e cuidar-se, para viver com sentido em cada instante de nossa vida.
Somos humanos porque sentimos e não apenas porque pensamos. Somos parte de um
todo em construção.[2]
(Gadotti).
O pensamento do autor
detalha fatos interessantes em relação à educação do ser humano o que nos
possibilita comparar com o cuidado que temos que ter com a humanização da
educação de forma afetiva e efetiva.
Nesta perspectiva nos reportamos na
importância dos objetivos do ER, quando fala do sentido da vida, uma vez que se
fundamenta nos princípios da cidadania e do entendimento do outro. É onde percebemos o valor do
conhecimento que cada ser humano encontra em cada cultura, compreendendo que as
pessoas se humanizam quando compreendem a si e ao outro. (Idem p.11) "O universo não está
lá fora. Está dentro de nós. Está muito próximo de nós. Um pequeno jardim, uma
horta, um pedaço de terra, é um microcosmos de todo o mundo natural, Nele
encontramos formas de vida, recursos de vida. Processos de vida. A partir dele
podemos reconceitualizar o nosso currículo escolar . Ao construí-lo e ao
cultivá-lo podemos aprender muitas coisas. As crianças o encaram como fonte de
tantos mistérios! Ele nos ensina os valores da emocionalidade com a Terra: a
vida, a morte, a sobrevivência, [...]"
Tudo isso reflete em nós, quando observamos
que além da nossa cultura existem outras que nos dão lições de vida. Por isso é
de fundamental importância essa construção na vida dos jovens e adultos, pois
vem despertar interesse em nossos educandos a fim de que possa contribuir com a
edificação de uma sociedade, mais fraterna e justa, respaldada nos
bons princípios e na ética.
Daí a importância do desenvolvimento
das habilidades do Ensino Religioso na formação
da Educação de Jovens e Adultos, uma vez que só vem contribuir no processo de
ensino e aprendizagem, e consequentemente somar para o crescimento
pessoal, tirando lições de sabedoria e cidadania no seu dia a dia.
Apostila: Educação de
Jovens e Adultos: Um cenário possível para o Brasil. (Moacir Gadotti, p. 10)
Caderno Pedagógico: Uma Visão Atual do Ensino Religioso e sua
Identidade.
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