quinta-feira, 21 de junho de 2012

RELIGIÃO INDÍGENA

     

               
Entre os indígenas não há classes sociais como a do homem branco. Todos têm os mesmo direitos e recebem o mesmo tratamento. A terra, por exemplo, pertence a todos e quando um índio caça, costuma dividir com os habitantes de sua tribo. Apenas os instrumentos de trabalho (machado, arcos, flechas, arpões) são de propriedade individual. O trabalho na tribo é realizado por todos, porém possui uma divisão por sexo e idade. As mulheres são responsáveis pela comida, crianças, colheita e plantio. Já os homens da tribo ficam encarregados do trabalho mais pesado: caça, pesca, guerra e derrubada das árvores.
Duas figuras importantes na organização das tribos são o pajé e o cacique. O pajé é o sacerdote da tribo, pois conhece todos os rituais e recebe as mensagens dos deuses. Ele também é o curandeiro, pois conhece todos os chás e ervas para curar doenças. Ele que faz o ritual da pajelança, onde evoca os deuses da floresta e dos ancestrais para ajudar na cura. O cacique, também importante na vida tribal, faz o papel de chefe, pois organiza e orienta os índios. 
A educação indígena é bem interessante. Os pequenos índios, conhecidos como curumins, aprendem desde pequenos e de forma prática. Costumam observar o que os adultos fazem e vão treinando desde cedo. Quando o pai vai caçar, costuma levar o indiozinho junto para que este aprenda. Portanto a educação indígena é bem prática e vinculada a realidade da vida da tribo indígena. Quando atinge os 13 ou 14 anos, o jovem passa por um teste e uma cerimônia para ingressar na vida adulta.

Religião e vida pós morte

Cada nação indígena possuía crenças e rituais religiosos diferenciados. Porém, todas as tribos acreditavam nas forças da natureza e nos espíritos dos antepassados. Para estes deuses e espíritos, faziam rituais, cerimônias e festas. O pajé era o responsável por transmitir estes conhecimentos aos habitantes da tribo. Algumas tribos chegavam a enterrar o corpo dos índios em grandes vasos de cerâmica, onde além do cadáver ficavam os objetos pessoais. Isto mostra que estas tribos acreditavam numa vida após a morte.

As almas e a vida depois da morte
O mundo espiritual é muito presente entre os povos indígenas, pois é marcado pela busca de uma terra boa, um mundo onde não haverá sofrimento e nem morte.
Os povos tupis, em geral, e os Guarani, em particular, acreditam em três almas: a espiritual, responsável pelas boas inclinações; a animal, da qual derivam o temperamento e as más inclinações; e a sombra.
Quando a pessoa morre, a alma espiritual inicia a caminhada para a Terra sem Mal, enquanto a alma material fica vagando perto da aldeia ou no cemitério, onde foi enterrada, até que o corpo se decomponha. Por isso muitos Guarani evitam passar por esses lugares.
A morte violenta ou acidental é uma situação difícil para muitos desses povos, pois é uma situação em que não houve tempo para o falecido se preparar. Por isso sua alma pode interferir negativamente junto à comunidade. Isso também se vê na cultura brasileira, onde o local, onde alguém morreu de forma violenta ou num acidente, é marcado com uma cruz.
O culto das almas, que têm tanto espaço na religião popular, encontra aí uma de suas raízes.
O sonho é o momento em que a alma sai do corpo, indo para o Além, podendo entrar em contato com outras pessoas e outros lugares. A doença é a saída temporária da alma, sendo que a morte é a saída definitiva.
A busca do paraíso, chamado de Terra de Maíra ou Terra sem Mal, foi sempre muito forte entre os povos Tupi, levando-os a constantes migrações, sobretudo em épocas de crise social.

 http://estudoreligioso.wordpress.com
 http://www.suapesquisa.com

29 comentários:

  1. gostei muito vou trabalhar com meus alunos do 7 ano ass: Douglas dos Santos

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    1. Olá Douglas! Seja bem vindo...Fique à vontade e seja mais um seguidor...Abraços.

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  2. to brincando de mexer o mouse e ver os confetes nem li ainda :P

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    2. Seja bem vindo ao blog! Quando você ler...Deixe o seu comentário sem brincadeiras, Certo!

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  3. A cultura indígena e suas religiões é uma fonte de mitos e superstições perigosas em alguns casos. Esta materia é rica e complexa. Obrigado por trazer mais cultura a todos nós leitores,professora.

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  4. A cultura indígena e suas religiões é uma fonte de mitos e superstições perigosas em alguns casos. Esta materia é rica e complexa. Obrigado por trazer mais cultura a todos nós leitores,professora.

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    1. Bom dia Fabiano!
      Agradecida pelos comentários...Visite-nos sempre!

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  5. O que é culto aos espíritos dos ancestrais?

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  6. Olá , sou estudante do ensino médio , e no dia 27 deste mês terá uma mostra cultural na minha escola e o tema é sobre o povo indígena e o meu grupo ficou com o tema "Religião indígena", e eu fiquei com as características da região , eu queria uma ajuda pois estou perdida , pesquiso em vários sites , descubro coisas interessantes , mas no fim nao consigo fazer um texto descente :/
    Poderia me ajudar ????

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    1. Que pena Heloiza, somente hoje foi que vi...
      Visite-nos sempre! Agradecida pela visita!

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  8. ....Algumas tribos chegavam a enterrar o corpo dos índios em grandes vasos de cerâmica, onde além do cadáver ficavam os objetos pessoais. Isto mostra que estas tribos acreditavam numa vida após a morte... Texto excelente e proveitoso porem essa parte para mim nao ficou muito claro,nao consegui entender o por que os indios acreditavam em vida após a morte so pelo simples fato de enterrar cadaveres em vaso de ceramica, juntamente com seus pertences pessoais. se pudesse me esclarecer melhor ficaria grata.

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  9. O Culto aos mortos é uma prática baseada na crença religiosa indígena que o falecido tem. Muitas vezes familiares, tem uma existência contínua e possui a capacidade de influenciar a sorte dos vivos. Enquanto alguns grupos veneram seus ancestrais, algumas comunidades de fé, em particular a Igreja Católica, veneram os santos como intercessores junto à Deus.
    Na cultura religiosa indígena o objetivo da veneração dos ancestrais é garantir, a ancestralidade, um contínuo bem-estar e disposição positiva em relação à vida e, às vezes, pedir favores especiais ou assistência aos seus ancestrais, aos seu valores.O requisito mínimo para veneração oferecida aos mortos é, provavelmente, algum tipo de crença em uma pós-vida, uma sobrevivência, pelo menos por um tempo, da identidade pessoal para além da morte. Estas crenças estão longe de ser uniformes.

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    1. Agradecida pelo seu interesse em saber mais Kaah Araújo! Seja sempre bem vinda...Convido-a ser uma seguidora deste blog.

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  10. Bom dia
    É possível ter uma comunicação entre os vivos e os mortos da religião dos guaranis ?
    obrigado

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  11. Boa Tarde Marina Pires!

    Respondendo ao seu questionamento.
    O povo Guarani é muito religioso e conhece muitas atividades religiosas. Os Guaranis vivem para um grande eu, que deve frequentar o mundo dos deuses, através do canto e da dança. Caso isto não ocorra, a existência deles perde o sentido.
    Para eles o rito fundamenta toda realidade e define a organização da vida. É fonte de memória e conhecimento. Pois a reza, a dança e o canto estão em sintonia com os deuses que ajudam os humanos a recobrar a palavra que faz viver.
    Acredita-se que o xamã, além de atrair os karuara – uma variedade de seres sobrenaturais –, atrai também as almas dos antepassados das pessoas presentes no ritual. De fato, uma das canções entoadas no início do ritual possuía um estribilho que era precedido pelos nomes de todos os antepassados que ainda constam da memória do grupo.
    Esses ritos dão força espiritual e expressão corporal que ajuda na manutenção da comunicação com as divindades. Portanto, deve existir sim uma relação entre vivos e mortos.

    Agradeço a sua colaboração e espero que tenha respondido a sua pergunta.

    Volte sempre!

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  12. Respostas
    1. Obrigada Omar Alves!

      Disponha! Convido-o a seguir esse nosso Blog.
      Volte sempre.

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  13. Boa noite,

    Profª MARIA JOSE,

    Gostei muito do texto apresentado. Ótimo. Leitura acessível. Vou trabalhar com o texto nesta semana com as turmas de 7º Ano e adaptá-lo ao 8º Ano.

    Já estimulo os alunos a utilizarem o referencial bibliográfico ou a bibliografia pesquisada.

    Agradecidamente

    Prof Luiz Guterrez

    Pelotas-RS

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    1. Bom dia Professor Luiz!

      Essa é uma temática muito rica para ser trabalhada em sala de aula, tendo em em vista os ensinamentos que aprendemos com a cultura indígena.

      Obrigada e volte sempre.

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  14. Maria José, tenho uma pesquisa para fazer sobre a visão do índio sobre a morte e a vida depois da morte. Gostaria de entrevistá-la. É possível?

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    1. Oi Ana Claudia!
      Bom dia!
      Este trabalho que apresento neste blog, é fruto da nossa formação continuada com professores de Ensino Religioso...Em cada cultura religiosa que trabalhamos existe um estudo a ser apresentado com objetivo deles e delas professores e professoras trabalharem em sala de aula, de acordo com o nível de aprendizagem destes estudantes...Não sou pesquisadora exclusiva da Cultura Religiosa Indígena, mas sou pesquisadora das temáticas que envolve o Ensino Religioso e a Diversidade Cultural Religiosa. Mas se você olhar acima nesta mesma página, fizeram perguntas a esse respeito...Dê uma olhada se é isso que queres saber.
      Obrigada e continue seguindo este blog.

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