sábado, 14 de janeiro de 2012

INFORMATIVO SOBRE O ENSINO RELIGIOSO


  

De acordo com o Boletim Informativo do GPERNEWS 339 

(Grupo de Pesquisa Educação e Religião -Formação docente e Educação Religiosa) o qual pesquisa, estuda, relata, acompanha, publica trabalhos e promove atividades referentes ao Ensino Religioso, nos chama atenção sobre o Informativo da ASSINTEC.

Sábado, 14 de Janeiro de 2012 14:57
Ampliar imagem Informativo da ASSINTEC n° 17 (ASSINTEC - Associação Inter-religiosa de Educação –novembro e dezembro de 2004 - Equipe Pedagógica: Borres Guilouski, Diná Raquel D. da Costa e Emerli Schlögl - - Rua Máximo João Kopp, 274 - bloco 4 - CEP: 82.630 000 - Santa Cândida - Curitiba – Pr. Fone: 0 XX 41 351 6642) 
Se passaram nove anos desde que a LDB de 96 foi instituída e com ela vieram importantes mudanças na educação brasileira. Essas mudanças afetaram a organização do conhecimento nas diferentes áreas, inclusive no Ensino Religioso. A disciplina do Ensino Religioso, de acordo com o artigo 33 da LDB (nova redação) e Resolução CEB n.º 2 de 7 de abril de 1998, da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, deixou de ser somente aula de valores humanos e passou a ser uma área do conhecimento, cujo objeto de estudo é o fenômeno religioso, portanto, possui um conteúdo específico que não são apenas valores humanos. Contudo, apesar de nove anos da nova LDB, parece que o paradigma no qual se insere o Ensino Religioso ainda não pegou, muitos não compreendem ou não querem compreender a nova concepção do Ensino Religioso que é fenomenológica, muito menos a importância do mesmo para a formação do aluno. Apesar das informações disponíveis ainda se insiste em afirmar que o Ensino Religioso é “aula de valores humanos”. É preciso entender que valores humanos passaram a ser tratados na transversalidade, isto significa que todas as áreas do conhecimento devem enfocar valores humanos, simultaneamente ao trabalharem os conteúdos de cada área. O Ensino Religioso como área do conhecimento possui o seu conteúdo organizado a partir de cinco eixos que são: Culturas e Tradições Religiosas, Textos Sagrados, Teologias, Ritos e Ethos. Para trabalhar estes conteúdos o professor precisa estar devidamente preparado e ser capaz de utilizar uma metodologia científica adequada que envolve a observação, a reflexão e a informação. O trabalho pedagógico do professor não é doutrinar os alunos, pois tal tarefa compete às famílias e às comunidades de fé às quais os alunos pertencem. O professor de Ensino Religioso precisa ter uma postura científica ao trabalhar o fenômeno religioso além de sensibilidade pela pluralidade e respeito à opção religiosa dos educandos. Sua tarefa é orientar os alunos no processo da decodificação dos elementos básicos que compõe o fenômeno religioso. Nesse processo de construção e socialização do conhecimento, o diálogo é uma possibilidade que pode contribuir na formação de atitudes de respeito às diferenças a partir do conhecimento das culturas e tradições religiosas presentes na realidade local e global. “E, como nenhuma teoria sozinha explica completamente o processo humano, é o diálogo entre elas que possibilita construir explicações e referenciais que escapam do uso ideológico, doutrinal ou catequético.”

* (Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Religioso, 1997, p. 29).




* FONAPER – Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso. Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Religioso. São Paulo: Ave Maria, 1997.

5 comentários:

  1. Essa é a nossa grande preocupação. A meu ver, o maior problema é:
    1- A falta de Cursos de Licenciatura na área das Ciências das Religiões.
    2- A falta de interesse em preparar esses profissionais nas três esferas da Educação, ou seja, Federal, Estadual e Municipal.
    3- E a falta de compromisso didático que o docente deve ter, bem como os educadores de um modo geral.

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    1. INFELIZMENTE PERCEBO UMA CORRENTE CONTRA E O DESRESPEITO AO PROFESSOR DE ENSINO RELIGIOSO ,NEGANDO A SUA QUALIFICAÇÃO E BLOQUEANDO OS RECURSOS !

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  2. “Negar o diálogo é cair numa postura fundamentalista que demoniza o outro e não lhe dá o direito de existir; negar a identidade é cair numa postura relativista que também não percebe a diversidade e não propicia o diálogo”, segundo o cientista da religião Carlos Frederico

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  3. Gerson:

    Concordo com você. As dificuldades são muitas. Entretanto, percebemos muitas vezes que o docente, não procura se qualificar. Quantos dos nossos que têm essa qualificação e não procuram... Será que é só ensinar valores éticos? Será que é levar um texto bíblico para sala de aula? Será que é levar qualquer coisa?...Ou é só garantir um emprego? Precisamos urgentemente avaliar a nossa prática e repensar o que queremos. Será que ser professor de Ensino Religioso é fazer proselitismo?
    É por isso que somos desrespeitados...E como reverter esse quadro? Não É fácil, mas, não é impossível. Temos que, antes de tudo, repensar o que estamos fazendo em sala de aula e prometer a nós mesmos as mudanças em nossas posturas. De que maneira? Respeitando a diversidade de sala de aula, dialogando com a turma e principalmente nos dando o devido valor, enquanto docente do Ensino Religioso.
    Acredito que um dia chegaremos lá.

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  4. Márcio Gualberto(E), do Coletivos de Entidades Negras,alertou sobre as ocorrências de intolerância religiosa na capital (Divulgação)
    Terminou nessa quarta-feira(18), em Manaus, a 1ª Reunião Técnica Integrada de Promoção de Respeito à Diversidade Religiosa. O evento teve como foco os casos de intolerância religiosa e ataques aos povos tradicionais de terreiros e o propósito de discutir políticas públicas que inibam esse tipo de comportamento na sociedade. Em 2011, foram registrados na cidade três assassinatos em série, além de tentativas de homicídios e agressões a integrantes de religiões de matrizes africanas, o que levou a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), por meio do Comitê de Diversidade Religiosa, e a Coordenação Amazônica da Religião de Matriz Africana e Amerindia (Carma) a articularem a realização do evento na cidade.

    A reunião, que começou na terça-feira, na sede da Sejus, contou com a presença da coordenadora geral do Comitê da Diversidade Religiosa, da Secretaria de Direitos Humanos, da Presidência da República, Marga Sthroer; e da secretária de Políticas de Ações Afirmativas, da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e Religiosa, Anhamona Silva de Brito. O jornalista e escritor Márcio Gualberto, coordenador geral do Coletivos de Entidades Negras, que reúne, aproximadamente, 600 entidades no País, também esteve presente à reunião. Ele é autor do livro “Mapa da Intolerância Religiosa no Brasil”. De acordo com Gualberto, Manaus está situada entre as cidades onde ocorreram casos que configuraram crimes de intolerância religiosa, ódio religioso e homofobia, embora ainda não existam, atualmente, estatísticas oficiais.

    “A ausência de dados se dá porque não temos nos Estados órgãos específicos para receber os casos, e as informações se pulverizam. Muitas vezes, as vítimas desse tipo de crime não sabem onde nem como denunciar”, explicou Gualberto, que traçou, pela manhã, um panorama da situação em nível nacional. Ele lembrou que o Estado do Rio de Janeiro foi pioneiro ao criar, em dezembro do ano passado, a primeira Delegacia Especializada em Crimes de Intolerância Religiosa e o Centro de Referência que vai agregar os vários órgãos ligados à questão. Desde a criação da delegacia, mais de 200 casos foram denunciados. Segundo Gualberto, embora não possua estatísticas oficiais, o Estado da Bahia é o que detém o maior número de casos de intolerância.

    “A estimativa é de que amanhã possamos formar grupos de trabalho para serem apresentados ao governador Omar Aziz a fim de que possam ser implementados como políticas públicas voltadas para o respeito à diversidade com movimentos sociais”, afirmou o coordenador da Carma, Alberto Jorge.

    Estado fez ações em 9 municípios

    A coordenadora de Diversidade Étnico Racial e Religiosa, do Departamento de Direitos Humanos da Sejus, Jacy Braga, informou que o Governo do Estado já vem investindo na capacitação de profissionais das áreas de assistência social dos municípios do interior no tocante à questão do respeito à diversidade religiosa.

    “Essa temática estava na pauta da Secretaria de Estado de Assistência Social (Seas) e agora está sendo trabalhada pelo Comitê Estadual de Educação e Direitos Humanos, que já foi institucionalizado e, por meio de parcerias com órgãos municipais e estaduais, vem desenvolvendo as capacitações”, explica Jacy.

    Já foram realizadas ações em nove municípios, entre os quais Silves, Manacapuru e Itacoatiara, com a finalidade de atingir principalmente profissionais das áreas de atendimento. “Queremos trabalhar nas pessoas o conceito do estado laico, que não impede nem vai impedir nunca que as pessoas pratiquem sua fé”, ressalta.

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